Finalmente estou a desfrutar de alguns dias de férias e não apenas um fim de semana prolongado a tentar esquecer o trabalho e a criar a ilusão de que estou em férias.
Para mim, a palavra férias significa a quinta onde sempre passei os períodos de interrupções letivas durante a minha infância e adolescência, o local onde viveram os meus avós maternos e onde a minha mãe nasceu, a quinta onde aprendi a paixão pelo campo e pela natureza.
Estar neste local é atingir um estado de plenitude impossível de descrever.
A Serra da Estrela, situada na região do Centro (Região das Beiras), designa a cadeia montanhosa onde se encontram as maiores altitudes de Portugal Continental. O seu ponto mais elevado, com 1993 metros de altitude e denominado Torre, torna-a na segunda montanha mais alta de Portugal] (apenas a Montanha do Pico, nos Açores, a supera em 358 metros). Faz parte da mais vasta cordilheira denominada Sistema Central, no subsistema designado como sistema montanhoso Montejunto-Estrela, que se desenvolve no sentido sudoeste-nordeste desde a serra de Montejunto, e o seu cume-pai é o Pico de Almançor. A serra da Estrela é uma zona de paisagem integrada no Parque Natural da Serra da Estrela, que após a sua constituição em 16 de Julho de 1976 se instituiu como a maior área protegida em solo português.
Além da neve, da fauna e flora extraordinárias, o viajante é também atraído pela orografia de proporções colossais bem como pela riqueza humana, cultural, histórica e gastronómica da região.
A Serra é também rica do ponto de vista hidrológico, deste maciço escorrem numerosas linhas de água. Três rios nascem na Serra da Estrela: o Rio Mondego; o Rio Zêzere;- que 200 Km a jusante é tributário do Rio Tejo- e o Rio Alva; - que tributa ao Rio Mondego, nascidos da mesma Serra - Beneficiam as três maiores bacias hidrográficas do país: Douro, Mondego e Tejo - e sem que se apercebam, todos os dias, os habitantes de Lisboa, Porto e Coimbra usufruem e dependem da água proveniente da Serra da Estrela.
A aldeia de Foz D’Égua pertence à freguesia do Piódão e com ela partilha a beleza mística da Serra do Açor.
Caraterizada pelo seu aspecto rural serrano, com as típicas casas de xisto e lousa, circundadas por uma natureza quase em estado puro, é rica em espécies de fauna e flora que aqui encontram o seu habitat natural.
Em Foz D’Égua situa-se uma praia fluvial de grande beleza, o ponto de encontro da ribeira de Piódão com a ribeira de Chãs, que correm em direcção ao rio Alvoco e cujo percurso é travado por uma represa criando um espelho de água.
(https://www.cm-arganil.pt/visitar/o-que-visitar/foz-de-egua)
A Serra do Açor - a quinta serra mais alta de Portugal continental - constitui o quadrante norte do território das Aldeias do Xisto, assegurando a continuidade da Cordilheira Central, a partir da Serra da Estrela.
Nas suas cumeadas, torres eólicas geram electricidade que chega a todo o País.
É a mãe do Rio Ceira, que parte dos seus cumes à procura do Mondego, que só encontra à entrada de Coimbra. Mas também dá um fortíssimo contributo para os caudais do Zêzere e do Alva.
É serra que há mais de um século é esventrada pela exploração mineira, cujo centro principal são Minas da Panasqueira. Mas também por mais de 10 km de túneis que transvasam para o Rio Zêzere as águas que alimentam a albufeira da Barragem de Santa Luzia.
Esta é a formação montanhosa em xisto que atinge a maior altitude no território continental português: o Cebola, a 1438 m.
Serra com nome de pássaro, que serve de casa a algumas espécies de aves que escolhem a liberdade dos grandes espaços selvagens. Mas é pelo elenco florístico e pelas formações vegetais que aqui ocorrem que esta serra vê reconhecida a sua importância para o património natural português.
Aqui encontramos a Paisagem Protegida da Serra do Açor dentro de cujos limites encontramos a Fraga da Pena e a Mata da Margaraça.
Aqui ocorre o limite Sul da área de distribuição de uma planta rara: o Narcissus asturiensis. É nesta serra que a Trepadeira-dos-muros (Tichodroma muraria) tem aparecido nos invernos dos últimos anos.
E é esta a serra que alberga mais de metade da população mundial de uma espécie arbórea, o Azereiro (Prunus lusitanica subsp lusitanica) que tem na Mata da Margaraça a maior população mundial da espécie concentrada num só local.
(https://aldeiasdoxisto.pt/artigo/231)
A Aldeia Histórica do Piódão constitui um conjunto arquitetónico de rara beleza pelo seu enquadramento natural, mas também pela sua antiguidade, unidade e estado de preservação das construções, sendo apelidada por muitos como “aldeia presépio” dada a sua configuração que se espraia pela encosta do monte com as casas em xisto e lousa e as janelas e portas pintadas de azul, em anfiteatro.
Enquadra-se na tipologia das “Aldeias Históricas”. Sabe-se que a aldeia do Piódão serviu de abrigo a muitos que se pretendiam esconder ou por questões políticas em épocas mais severas, ou por questões jurídicas. No entanto, não foram só foragidos que a procuraram. No século XIX, o Cónego Manuel Fernandes Nogueira, fundou um colégio que preparava alunos para a entrada no seminário. Muitos rapazes da Beira Interior passaram pelo colégio entre 1886 e 1906.
A história da aldeia perde-se na noite dos tempos. Poucos são os vestígios que permitem reconstruir a história, no entanto, os achados arqueológicos de Chãs d’Égua são um importante testemunho da possível antiguidade da aldeia.
(https://www.cm-arganil.pt/visitar/o-que-visitar/piodao)
A Mata da Margaraça, situada em plena Área Protegida da Serra do Açor, constitui um raro testemunho de vegetação espontânea de paisagem serrana, uma importante Reserva Biogenética, considerada como o último reduto de vegetação original do Centro do País. Abrangendo 68 hectares, a Mata da Margaraça constitui uma área que vale a pena ficar a conhecer pela sua frescura e biodiversidade. O carvalho, o medronheiro, a aveleira, a cerejeira, a madressilva, o martagão, o ulmeiro e a urze (cujo pólen dá um paladar tão característico ao mel da Serra do Açor), a par de uma elevada cobertura de musgos, líquenes e fungos, são espécies em abundância que por lá se podem observar No que toca à fauna, é de salientar o açor, a coruja do mato, o gavião, a águia de asa redonda, a gralha preta, o pombo torcaz, a rola e o dom-fafe que fazem da Mata a sua casa.
(texto de https://www.cm-arganil.pt/visitar/o-que-visitar/mata-da-margaraca)
Pardieiros é uma aldeia situada na freguesia de Benfeita, concelho de Arganil, inserida na paisagem protegida da Serra do Açor. Na freguesia da Benfeita os habitantes de cada localidade têm diferentes alcunhas, no caso dos Pardieiros são os “Ralhadores”.
Relativamente ao nome da aldeia dizia-se que nem sempre foi Pardieiros, só conheceu este nome quando foi reabitada após uma epidemia de febre tifóide e as casas que existiam estavam em ruínas. Antes dizia-se que se chamava Valverde.
A Cascata da Fraga da Pena é uma queda de água (cascata) na Serra do Açor e que se localiza nas proximidades da aldeia de Pardieiros, Arganil, no Distrito de Coimbra, em Portugal.
Esta cascata tem origem num acidente geológico e é considerada uma das maiores mais valias entre os recursos naturais da paisagem protegida da Serra do Açor.
As águas que se despenham desta cascata correm por um vale muito apertado na montanha, dando assim origem a uma micropaisagem, que surge de forma repentina, dotada de vegetação abundante a cobrir o xisto.
O desnível da Cascata da Fraga da Pena chega aos 20 metros de altura. A sua alimentação provem da Barroca das Degrainhas, onde forma um primeiro lençol de água, águas estas que escorrem para outro menor e dando novamente origem a outra cascata.
Nas suas margens existem alguns antigos exemplares de carvalho-alvarinho (Quercus robur) e de castanheiro (Castanea sativa), medronheiro (Arbutus unedo), trovisco (Daphne gnidium) e adernos (Phillyrea latifolia e P. angustifolia).
(texto de https://pt.wikipedia.org/wiki/Cascata_da_Fraga_da_Pena e aldeiasdoxisto.pt/poi/256 )
Uma das peças que mais apreciei no Museu do Brinquedo de Seia, e que já tinha visto há alguns anos numa Fil Artesanato de Lisboa, ...
... uma réplica das carreiras da empresa Júlio dos Santos, Filhos e Ca, que faziam a ligação Carregal do Sal - Oliveira do Hospital.
Trouxe-me à lembrança as férias da minha infância!
O período correspondente às férias do emprego do meu pai, inicialmente quinze dias anuais que foram aumentando progressivamente ao longo dos anos até atingirem tinta dias, era passado na "terra", uma aldeia de Oliveira do Hospital, local de nascimento da minha mãe, e perto do local de nascimento do meu pai.
Era a visita anual, muito aguardada e desejada, aos avós maternos e paternos, que tive a felicidade de conhecer, e à maioria dos tios e primos.
A viagem era realizada de noite, de comboio, seguindo a linha da Beira Alta, de Santa Apolónia até ao Carregal do Sal.
Recordo bem quando esta viagem demorava cerca de sete horas, em carruagens com bancos de madeira. No Entroncamento tinhamos paragem obrigatória de pelo menos uma hora durante a qual todos os homens, incluindo maquinista e revisor (o chamado "homem do pica"), aproveitavam para ir comer "uma bucha" e beber "um copito". Muitas vezes confiavam demasiado nos normais atrasos em relação aos horários de partida e tinham que correr atrás do comboio, apanhando-o já em movimento acelerado. Na estação do Luso apareciam as vendedoras de água do Luso, vendida em pequenas bilhas de barro porque na altura felizmente ainda não se conheciam as garrafas de plástico, e na estação de Coimbra as vendedoras de Arrufadas. Estas iguarias eram apregoadas em alta voz para acordar os que dormiam e adquiridas através das janelas das carruagens para não ocasionar mais atrasos na viagem.
O número de bagagens que transportavamos, que todos os anos faziamos os possíveis por diminuir, era inevitavelmente treze! Incluía alguns bens de mercearia que na vila não existiam, roupa e goluseimas para oferecer a todos os elementos da família. Estas pequenas ofertas começavam a ser adquiridas alguns meses antes com algum sacrifício e poupanças do reduzido ordenado mensal do meu pai, único elemento da família que tinha emprego.
Nas estações de comboio, os homens faziam entrar e sair as bagagens e as crianças pelas janelas das carruagens, muitas vezes em andamento; as pessoas atropelavam-se para conseguirem lugar sentado, caso contrário faziam a viagem em pé ou sentados no chão; os adultos aproveitavam para colocar o sono em dia e as crianças passavam o tempo debruçadas na janela ansiando pela chegada às várias estações, pois cada paragem significava que a viagem estava um pouco mais perto do final, pelo que quando chegavamos ao destino levavamos a cara toda suja de fuligem; a partir dos cinco anos pagavamos "meio bilhete", também chamado "bilhete de cão", mas como não era exigido documento comprovativo os pais prolongavam a sua compra o mais possível, no meu caso até aos oito anos, e quando o "homem do pica" passava e perguntava a idade encolhiamo-nos no colo das mães e diziamos inevitavelmente "Faço cinco anos para o mês que vem!" e ele fingia acreditar; as mulheres contavam repetidamente os volumes e as crianças para se assegurarem de que não perdiam nada nem ninguém; as crianças que adormeciam eram colocadas nas prateleiras das bagagens como se se tratasse de confortáveis camas; alguns passageiros trocavam conversas e identidades na esperança de encontrarem ligações familiares ou de locais; e levavamos farnéis que partilhavamos entre todos.
A comodidade dos comboios foi melhorando e o tempo de viagem diminuindo, sendo hoje uma viagem muito agradável e confortável de cerca de três horas.
Quando chegavamos ao Carregal do Sal, geralmente com alguns minutos a horas de atraso em relação ao horário, tinhamos que correr, carregados de bagagens, para apanhar a "chaleira do Júlio dos Santos", que muitas vezes já ia a caminho.
Como o tempo da viagem de comboio foi reduzindo e a hora da carreira permanecia a mesma, alguns anos mais tarde chegavamos a esperar três horas que esta saisse.
Quando a carreira chegava ao nosso destino, tinhamos a população inteira da quinta à nossa espera para matar saudades e ajudar a levar as bagagens às costas ou à cabeça. A família tinha sido avisada do dia da chegada por carta enviada uns dias antes ou por um telefonema feito para a mercearia da vila, único local onde existia telefone.
Terminado o tempo de férias, a história repetia-se com a viagem em sentido contrário.
O número de volumes aumentava consideravelmente com batatas, feijão, ovos, azeite e outros produtos da agricultura oferecidos pelos familiares e que ajudavam a equilibrar as finanças e a apaziguar as saudade da "terra" durante algum tempo.
A despedida era feita no meio de lágrimas e promessas de envio de cartas e de regresso no ano seguinte.
Tinha crescido alguns centímetros e estava bronzeada, efeito da liberdade, dos jogos e correrias, do contacto com a natureza e dos banhos no rio, de que na cidade não usufruia; os pés estavam feridos e calejados por ter andado sempre descalça à semelhança das crianças da aldeia; os joelhos e cotovelos encardidos e esfolados; ... mas, sobretudo, muito mais feliz e mais rica de afetos e lembranças!
Seguiam-se cerca de onze meses a sonhar e planear as próximas férias.
Saudades desse tempo em que a felicidade era feita de coisas tão simples!
(fotos de Victor Pereira)
Em funcionamento desde Fevereiro de 2002, o Museu do Brinquedo é constituído por vários espaços que apresentam uma colectânea de brinquedos de Portugal e do mundo, do passado ao presente. O seu espólio pretende ilustrar a importância dos brinquedos para o crescimento da criança e para a compreensão da noção de infância nos diferentes países.
Este espaço museológico está dividido em vários núcleos: conhecer o mundo a brincar; memórias de infância; brincar é sonhar; e Portugal décadas de brincadeiras. Já a última sala está reservada às exposições temporárias. O museu conta ainda com um pequeno auditório para visionamento de filmes sobre a infância e uma biblioteca sobre os temas da infância, brinquedos, educação, literatura infantil e juvenil.
(texto e imagem de https://lifecooler.com/artigo/atividades/museu-do-brinquedo-de-seia/378933)
Elétrico construido com reutilização de latas de atum!!!
Casa de bonecas! Um sonho nunca concretizado!
Carrinho e serviço de chá muito idênticos aos que tive em criança...
Uma sala de aula ao estilo daquelas em que fiz a instrução primária.
Nesse tempo, em todas elas, havia o crucifixo e as fotografias de Américo Tomás e Salazar.
A última sala, atividades infantis, é a preferida de muitos visitantes...
A Mata do Desterro é uma área florestal situada na margem direita do rio Alva, na Senhora do Desterro, freguesias de São Romão e Seia. Propriedade da EDP - Energias de Portugal, S.A., tem uma superfície de 136 hectares e insere-se no Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE). Na Mata, sob gestão do Município de Seia desde Maio de 2007, desenvolve-se um projecto de uso múltiplo da floresta que tem por objectivos a conservação da natureza e a educação ambiental. No âmbito da conservação pretende-se restaurar a vegetação natural, potencialmente constituída por bosques de carvalhos, e promover a biodiversidade. O projecto visa também auxiliar os visitantes na compreensão da paisagem, nas suas várias componentes.
Neste sentido, a existência de um conjunto de percursos pedestres de pequena rota, articulados com a rede de itinerários do PNSE, permite conhecer os vários habitats da Mata do Desterro, assim como, aspectos relacionados com a geologia, flora e vegetação, fauna e usos e costumes do local.
( texto de http://www.cise.pt/pt/index.php/percursos/mata-do-desterro )
A 6 km da cidade de Seia, a 800 m de altitude, num local particularmente agradável, nas margens do rio Alva, está instalado o Museu Natural da Electricidade.
Trata-se da Central da Senhora do Desterro, uma das mais antigas centrais hidroeléctricas de Portugal, fruto da iniciativa de um grupo de industriais locais, que viram nas características hídricas da serra da Estrela um potencial energético que designaram por hulha branca.
Tendo sido a primeira central do Aproveitamento Hidroeléctrico da Serra da Estrela, inaugurada a 26 de Dezembro de 1909, marcou o início de actividade da Empresa Hidroeléctrica da Serra da Estrela (EHESE) e permitiu que, nessa data, a energia eléctrica chegasse a Seia pela primeira vez.
Concebido pelo industrial António Marques da Silva foi construído, ao longo de seis décadas, um sistema de centrais hidroeléctricas em cascata, que percorrem altitudes entre os 400 e os 1600 metros e que têm os seus caudais regulados no Verão com as águas da Barragem da Lagoa Comprida, entre outras.
1907 foi o ano em que se iniciou a construção deste primeiro aproveitamento hídrico (Central da Senhora do Desterro), dos quatro existentes sobre o rio Alva. Seguiu-se-lhe em 1919 a da Ponte de Jugais, em 1937 a de Vila Cova e, mais tarde, a do Sabugueiro, empreendimentos que representaram um importante papel no desenvolvimento da electrificação regional.
Com ampliações sucessivas, a central da Senhora do Desterro, manteve-se em actividade até 1994 e, através de uma parceria entre a EDP e o Município de Seia, abriu ao público no dia 11 de Abril de 2011 transformada num espaço de fruição de memória que remonta, pois, aos primórdios da exploração da energia eléctrica em Portugal.
(texto e imagem de https://museusdaenergia.org/patrimonios/8-museu-natural-da-electricidade-de-seia )
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